SETEMBRO AMARELO – PREVENIR O SUICÍDIO É NECESSÁRIO
Quarta - Feira, 27 de Setembro de 2017
HISTÓRIA:
Iniciado no Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina)e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), o Setembro Amarelo realizou as primeiras atividades em 2015 concentradas em Brasília. Mundialmente, o IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio estimula a divulgação da causa, vinculado ao dia 10 do mesmo mês no qual se comemora o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
O CVV – Centro de Valorização da Vida é uma entidade sem fins lucrativos que atua gratuitamente na prevenção do suicídio desde 1962.

OS DADOS:
O número de mortes por suicídios no Brasil aumentou 12% em quatro anos. Em 2015, foram 11.736 notificações ante 10.490 registradas em 2011, segundo dados do Ministério da Saúde.
A diretora do departamento de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, Fátima Marinho, atribui em parte os indicadores à melhora nos registros e ao aumento da população, mas reconhece que o avanço do problema no País é um fato que precisa ser combatido. "Assumimos na Organização Mundial da Saúde o compromisso de reduzir em 10% o número de casos até 2020.
Para alcançar essa meta, precisamos agir de forma rápida e, sobretudo, nas áreas que indicam maior risco", afirmou Fátima. Entre as medidas que deverão ser colocadas em prática está o aumento de Centros de Atenção Psicossocial em regiões onde os índices de suicídio são considerados mais altos e melhora dos fluxos de serviços de saúde para prevenção do problema.
Além disso, novos estudos deverão ser realizados para identificar as possíveis causas para o aumento de casos em determinadas regiões do País e ações específicas para populações indígenas, onde casos também ocorrem com maior frequência. Um dos fatos que mais chamam a atenção dos técnicos do Ministério da Saúde é a concentração de registros de suicídios em algumas áreas do País. A Região Sul apresenta 23% dos casos, embora responda por 14% da população brasileira. No Sudeste, região que concentra 42% da população, foram registrados 38% dos suicídios registrados no País.
O Rio Grande do Sul é acompanhado pelo Ministério da Saúde há 10 anos. Há fortes indícios de que o problema possa estar relacionado à cultura do fumo e aos agrotóxicos usados nas lavouras. "Pesticidas com manganês aumentam o risco de provocar danos ao sistema nervoso central", observa Fátima. Para ela, essa relação precisa ser acompanhada de perto. "Além do suicídio, a ação do pesticida está associada a outros agravos, que também precisam ser avaliados, como câncer e más-formações congênitas.
Esse assunto precisa estar na agenda." Pelos dados coletados pelo Ministério da Saúde, estão no Estado três das quatro cidades com piores indicadores de suicídio. O município de Forquetinha é o que apresenta a pior taxa de suicídio no País. São 78,7 casos a cada 100 mil habitantes. A nível de comparação, a taxa de mortalidade nacional é de 5,7 a cada 100 mil. Em segundo lugar, vem Taipas do Tocantins, com 57 casos por 100 mil. Travesseiro, no Rio Grande do Sul, vem em terceiro lugar, com 55,8 casos por 100 mil; e André da Rocha, também no Rio Grande do Sul, com 52,4. Também são consideradas de risco regiões do Piauí e a divisa entre São Paulo e Minas.
O Ministério da Saúde prepara-se agora para investigar as causas do maior risco nessas duas áreas. Falha no atendimento Dados de Boletim Epidemiológico lançado nesta quinta-feira deixam claro problemas de atendimento. Das mortes por suicídio entre 2011 e 2016, 31,3% ocorreram entre mulheres que já haviam tentado outras vezes. No grupo masculino, o porcentual é menor, mas também expressivo: 26,4%. “Aqui nós percebemos a falha. Não agimos para evitar uma segunda tentativa", alerta Fátima. No caso das mulheres, a maior parte das tentativas de suicídio está relacionada à violência intradomiciliar. "Os números reforçam a necessidade de trabalharmos na prevenção contra a violência, uma causa importante para a mortalidade feminina: seja o feminicídio, seja o suicídio."
Das tentativas de suicídio registradas no País no período entre 2011-2016, 69% ocorreram entre mulheres. Quando se analisam os números de morte provocadas por suicídio, no entanto, a situação se inverte: 21% ocorreram entre mulheres e 79%, entre homens. Também preocupa o Ministério da Saúde o avanço do suicídio entre jovens. Essa é a quarta causa de morte de brasileiros entre 15 a 29 anos.
No mundo, o suicídio é a segunda causa entre essa população. Isso não significa, no entanto, que o Brasil esteja em uma situação melhor. Na avaliação da coordenadora, se dados de mortes por outras causas de violência fossem menores, o problema do suicídio entre jovens estaria mais evidente. "Isso mostra a necessidade de termos ações específicas para essa população." O boletim indica, por exemplo, um crescimento de mortes por suicídio na faixa entre 10 a 19 anos de 2011 a 2015. Os casos subiram de 782 para 893.

FALHA NO ATENDIMENTO:
Dados de Boletim Epidemiológico lançado nesta quinta-feira deixam claro problemas de atendimento. Das mortes por suicídio entre 2011 e 2016, 31,3% ocorreram entre mulheres que já haviam tentado outras vezes. No grupo masculino, o porcentual é menor, mas também expressivo: 26,4%. “Aqui nós percebemos a falha. Não agimos para evitar uma segunda tentativa", alerta Fátima. No caso das mulheres, a maior parte das tentativas de suicídio está relacionada à violência intradomiciliar. "Os números reforçam a necessidade de trabalharmos na prevenção contra a violência, uma causa importante para a mortalidade feminina: seja o feminicídio, seja o suicídio." Das tentativas de suicídio registradas no País no período entre 2011-2016, 69% ocorreram entre mulheres. Quando se analisam os números de morte provocadas por suicídio, no entanto, a situação se inverte: 21% ocorreram entre mulheres e 79%, entre homens. Também preocupa o Ministério da Saúde o avanço do suicídio entre jovens. Essa é a quarta causa de morte de brasileiros entre 15 a 29 anos. No mundo, o suicídio é a segunda causa entre essa população. Isso não significa, no entanto, que o Brasil esteja em uma situação melhor. Na avaliação da coordenadora, se dados de mortes por outras causas de violência fossem menores, o problema do suicídio entre jovens estaria mais evidente. "Isso mostra a necessidade de termos ações específicas para essa população." O boletim indica, por exemplo, um crescimento de mortes por suicídio na faixa entre 10 a 19 anos de 2011 a 2015. Os casos subiram de 782 para 893. Informações do Estadão Conteúdo. - Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/09/geral/586685-suicidios-aumentam-12-em-quatro-anos-e-cidades-gauchas-ponteiam-ranking-nacional.html)
Dados e Apresentação - Ministério da Saúde
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/Coletiva-suicidio-21-09.pdf
Fonte: Informações do Jornal do Comércio e do Ministério da Saúde
FOTOS